Tuesday, February 21, 2006

Stealing Beauty (Beleza Roubada), de Bernanrdo Bertolucci (1996)


Há muito quem diga que este não é um filme esquecido, que não falta quem se lembra dele mais não seja por ter sido realizado por Bernardo Bertolucci. Mas o objectivo principal deste blog passa precisamente por levar estes filmes ao conhecimento de um público mais alargado que não os simples moviegeeks pelos quais nutro o mais profundo respeito.
Stealing Beauty não é um filme para agradar a todos, nem sequer à maioria. É a simples história de Lucy (Liv Tyler), uma adolescente que, após a morte da sua mãe, parte em viagem para Itália com o intuito de tirar algumas dúvidas sobre o seu passado. Pelo meio vai óbviamente descobrir mais do que esperava.
Em Stealing Beauty tudo é diferente mas Bertolucci é igual a si próprio, não abdicando da sua marca autoral, mesmo quando o objectivo é apenas contar uma história. As ambiências aparentemente pacatas e ao mesmo tempo provocantes e sugestivas estão lá mas disfarçadas num pacato quadro familiar onde pouco é realmente aquilo que parece. O italiano é servido por um excente naipe de actores onde, além de uma cintilante Tyler se incluem Jeremy Irons ou a recém-vencedora do Oscar de melhor actriz secundária por The Constant Gardener, Rachel Weisz.

Sunday, February 12, 2006

Havoc, de Barbara Kopple (2005)


É estranho que um filme como Havoc passa despercebido em todo o mundo ainda que tenha uma temática não só actualíssima como urgente. Alisson (Anne Hathaway) e o seu grupo de amigos teenagers são brancos mas fazem tudo para parecer negros, para ter "atitude". Formam assim os PLC uma espécie de gang que se propõe apenas "curtir" a vida. No entanto, a busca incessante por novas experiências leva Alisson e as amigas a visitar os subúrbios de Los Angeles e a conhecer a verdadeira realidade dos gangs e das diferenças raciais culminando numa espiral de auto-destruição. Havoc não entra por caminhos fáceis muito por mérito do argumentista Stephen Gaghan (de Traffic e realizador do recente Syriana) que tenta evitar os clichés do género. Mas a grande surpresa virá, porventura, de Anne Hathaway que nos habituamos a ver no papel de princesa nos Diários da Princesa de Gary Marshall, e que aqui arrisca num personagem desregrado e com muito, muito carisma. Havoc não é um filme perfeito, longe disso, mas merecia melhor do que o direct-to-video a que foi vetado internacionalmente. A descobrir...