Há filmes dos quais não reza a
história e dos quais nunca mais se ouviu falar desde que passaram no cinema. As
causas para tal podem ser imensas e este Toca o Tambor Devagar (Bang the Drum
Slowly, John D. Hancock, 1973) – que até é o filme preferido de gente do
calibre de Al Pacino – não conseguiu ficar na memória das massas por muito
tempo. Ainda assim, ou apesar disso, é um belo drama que hoje trago perante
vós.
Baseado no livro homónimo de Mark
Harris, o filme conta a história de um tecnicamente mediano e não muito
inteligente jogador de basebol a quem é diagnosticada uma doença em estado
terminal (Robert de Niro), e do mais inteligente e evoluído colega (Michael
Moriartry) que de tudo faz para o proteger.
O filme começa bem, adquirindo um
ritmo lento que alguns podem tornar chato, mas que se adequa ao registo do
argumento e às interpretações dos personagens a quem é permitido crescer e
respirar, não se notando, em momento nenhum, um forçar de nota para fazer
evoluir a história. Os personagens em si são desenvolvidos tridimensionalmente,
e o que talvez o espectador mais jovem estranhe é a quase estranha camaradagem
de Moriartry para com De Niro, que resulta numa amizade sem necessidade de
pedir nada em troca, valor talvez escasso num mundo actual cada vez mais
individualista.
Contudo, é por aí que esta obra
começa a triunfar. Valores como a amizade, a honra, o espírito de equipa, o
respeito são desenvolvidos de forma despojada e que nos deixa quase sem fôlego
durante vários momentos do filme, e ainda mais quando os créditos finais
começam a rolar.
Toca o Tambor Devagar talvez não
seja o filme mais fácil para o cinéfilo de hoje. Mais do que isso, para o mundo
de hoje. Mas talvez seja um digno exemplo de como o cinema americano da década
de 70 conseguia conciliar entretenimento com mensagem de forma tão sublime.
Recomendado para: o homem que
ainda o é.
Classificação Filmes Esquecidos:
****
Classificação imdb: 7,0
Comentário chunga: o Tegwar devia
ser famoso!
Trailer
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