Ora cá está um filme completamente inesperado. Confesso-vos, peguei neste porque não desgosto do Jason Statham e vê-lo com cabelo foi algo que achei caricato. O filme tresandava a independente e esse facto agradava-me. Ainda assim, parti para o seu visionamento sem grandes expectativas, até porque o resto do elenco, constituído por Jessica Biel e Chris Evans, me deixava de pé atrás. Pois bem, amigos, enganei-me redondamente e hoje considero este filme um pequeno achado, uma daquelas pérolas que nos sentimos muito gratos por ter visto.
A história gira em torno de Syd (Chris Evans), um jovem á beira do desespero depois da namorada, agora ex (Jessica Biel, a London do título) o ter abandonado. Já faz dois meses, mas Syd não consegue esquecê-la, muito pelo contrário. Assim, quando sabe que ela se prepara para trocar os Estados Unidos por Inglaterra, decide aparecer, na sua festa de despedida, mesmo sem ser convidado. Com ele leva Bateman (Jason Statham), um bancário que apenas lhe veio trazer droga.
Este não é um filme para todos, reconheço. A verdade é que passamos mais de hora e meia dentro de uma casa de banho, a ver o discorrer da loucura existencial e amorosa de Syd, numa espiral que parece nada trazer de bom. E ele só quer ter coragem para confrontar London. Por ele vai passando uma galeria interessantíssima de personagens que mais não fazem do que contribuir para a sua decadência.
Desengane-se quem pensa que London é um daqueles filmes hiper-depressivos e super-realistas. Nem o filme o quer ser nem o é efectivamente porque há uma energia inesgotável proveniente destes personagens muito bem construídos e dos diálogos muito bem escritos. É essa energia que nos cativa, que nos toca e nos faz desejar saber como acaba a história. Faz-nos querer torcer por Syd apesar de, através de flashbacks, percebermos que tem uma personalidade dúbia. E é aí que está a magia da coisa. London é um filme que promete ficar na memória.
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