Saturday, October 02, 2010

Les Chansons D'amour (As Canções de Amor), de Christophe Honoré (2007)

Este entra directamente para a categoria de "filmes da minha vida". E, neste caso, acontece algo não muito comum que é um mesmo realizador dar-me mais de um "filme da minha vida". Já tinha acontecido há uns anos com o sincero "Dans Paris" de que vos hei-de falar aqui quando o revisionar. Aconteceu agora novamente com esta pérola de nome "Les Chansons D'amour".

Sejamos francos: nenhum destes dois filmes é exactamente um "filme esquecido". Ambos tiveram imensa publicidade na imprensa e mesmo a televisão fez eco deles quando da sua estreia em terras lusas. E ambos são relativamente recentes. Chamei estes filmes a este blog principalmente porque o espectador de cinema médio tem alguma resistência por um certo cinema não feito nos EUA ou não falado em inglês, porque grande parte do público que visita este meu cantinho aqui na web vem do Brasil e não sei até que ponto Christophe Honoré (ou mesmo Louis Garrel) é conhecido no "país irmão", e porque não é-me impossível ver filmes destes e não os divulgar ao mundo. Simplesmente impossível.

De Christophe Honoré já tinha visto, além do referido "Dans Paris", "Má Mère", um retrato de uma relação mãe/filho obsessiva que não me encheu as medidas na altura mas que reverei em breve. "Les Chansons D'amour" é quase uma sequela/remake de "Dans Paris" mas em formato musical. Os mesmos temas - a perda, a impossibilidade do amor - estão lá presentes e são já marca de autor de Honoré. A forma como os aborda, não sendo totalmente diferente, ganha um novo fulgor com a introdução das canções, maravilhoso naipe de melodias que não só ilustra emoções como as faz progredir, bem como ao filme. Não serão eventualmente tão marcantes como as de "Once", mas compõem, sem dúvida, um excelente disquito para se ouvir numa tarde chuvosa. A montanha-russa de sentimentos em que nos envolvem, as músicas e o filme, faz-nos sentir automaticamente identificados com o que ali se passa. Todos já passamos por aquilo, talvez nunca o tenhamos sabido é explicar bem. Nesse sentido, Honoré é brilhante, na forma como despe os seus personagens e os enriquece de vida... e de amor.

Uma nota final para o elenco composto por um grupo de actores todos absolutamente brilhantes, de onde se destaca, com naturalidade, Louis Garrel, o herdeiro do herói romântico da nouvelle vague. Só por ele já valia a pena ver o filme.

TRAILER

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