Monday, September 27, 2010

Wind Chill (Arrepio de Morte), de Gregory Jacobs (2007)


Não deve haver género no cinema contemporâneo americano mais prolífico do que o terror. Os mais atentos saberão que, quer nos cinemas, quer no mercado DVD/Blu-Ray, quer por vias menos legais, a quantidade de filmes de terror lançados é tão grande que é até difícil arranjar tempo para vê-los a todos. A verdade é só uma: talvez mais de 90% desses mesmos filmes não merecem que se gaste tempo com eles. Eu diria mais. As fórmulas do cinema de terror americano estão neste momento tão gastas e previsíveis que tudo, ou quase tudo, soa a mais do mesmo.

E é numa altura em que anseio pelo último esforço do M.Night Shyamalan (desta vez apenas como produtor), em "Devil", que me cruzo com esta pérola de que vos venho falar hoje. "Wind Chill" estreou em 2007 nos EUA e no resto do mundo, mas ninguém pareceu dar por isso. Pessoalmente, lembrava-me do cartaz e de ter a presença da Emily Blunt, o que me desperta sempre um pouco a atenção. Mas, de resto, nada. Nem uma luz sobre a história do filme se acendia no mais recôndito canto do meu cérebro.

Apanhei-o uma destas noites no Canal Hollywood, assim por acaso, e fiquei preso ao ecrã logo desde o início, com esta história de dois adolescentes que, tendo de fazer uma viagem de carro juntos, sofrem um acidente, e ficam bloqueados numa estrada secundária, perante temperaturas baixíssimas e... estranhos acontecimentos.

O grande trunfo de "Wind Chill" é que não quer ser mais do que aquilo que realmente pode ser, um exercício de suspense que prende o espectador à cadeira e o assusta aqui e ali. Não pretende reflectir sobre grandes temas ou mesmo sobre a condição humana e as suas atitudes em situações desesperantes. Não. Apenas quer contar uma história, simples quanto baste, povoada pela sugestão e pela emoção. Nós queremos mesmo que aqueles dois seres se safem no final, e, já agora, se não for muito, queremos também perceber o que raio se passa ali afinal.

E o final é compensador o suficiente para que recomendemos o filme aos nossos amigos, isto apesar de não ser uma obra-prima. Ainda assim, é capaz de, apesar de um ou outro defeito, compor uma sessão da meia-noite para não esquecer mais.

Já agora, passa amanhã à noite, de novo, no Canal Hollywood.

Trailer (atenção que revela um pouco demais)

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