Wednesday, December 11, 2013

Paul Walker: estrela ou ator?



O recente e prematuro desaparecimento de Paul Walker chocou Hollywood e o mundo e não houve quem não se pronunciasse sobre as qualidades pessoais e profissionais que o ator evidenciou em vida. Não deixa de ser um pouco irónico que hoje, um ator que foi muitas vezes enxovalhado pelos críticos, veja agora enaltecidos méritos a todos os níveis. Porém, tudo isto levanta uma questão que sempre pairou sobre Paul Walker e ainda hoje paira sobre muitos atores: seria Walker um ator ou uma carinha bonita promovida a estrela de ação em sagas como Fast and Furious?

Uma análise rápida à carreira mostra um crescimento gradual, de secundário em fitas para adolescentes normalmente bem sucedidos até um primeiro êxito em The Skulls (A Sociedade Secreta, de Rob Cohen, 2000). Logo em seguida, o grande sucesso The Fast and the Furious (Velocidade Furiosa, de Rob Cohen, 2001) leva-o ao estrelato, mas não convence a crítica apesar da adoração do público. Quando a sequela desapontou os dois, pensou-se que a saga teria uma morte prematura e que Walker seria provavelmente esquecido, mas o californiano foi-se mantendo à tona graças a êxitos inesperados como Joy Ride (Não Brinques Com Estranhos, John Dahl, 2001), Running Scared (Medo de Morte, Wayne Kramer, 2006) e Eight Below (Antártida, da Sobrevivência ao Resgate, Frank Marshall, 2006) nos quais apresentou qualidades interpretativas assinaláveis. Pelo meio somou alguns fracassos estrondosos dos quais o injustamente esquecido Timeline (Resgate no Tempo, Richard Donner, 2003) foi o nome mais sonante. De resto, quando a saga Fast and Furious regressou pôde voltar a projetos menos comerciais e que conseguiam projetar as suas qualidades. Vehicle 19, já deste ano, é disso mesmo grande exemplo e ainda hei-de falar nele aqui no estaminé.

Ficou por provar se Walker, por si só, conseguiria suportar uma grande aposta comercial. Se teria arcaboiço para aguentar o desafio. Na verdade isso agora pouco importa. Fiquemos com os bons momentos de uma carreira nem sempre regular, nem sempre com interpretações de destaque, mas ainda assim muito meritória.

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