Thursday, November 22, 2007

Three Wishes - Martha Coolidge (1995)


A carreira de Martha Coolidge tem-se dividido, durante os anos, em fases distintas. Nos anos 80 dedicou-se a teen movies de qualidade (Valley Girl, 1983; Real Genius, 1985), nos anos 90 a um retrato de uma certa América clássica (Rambling Rose, 1991; Angie, 1994) e na primeira década deste século à televisão, tendo dirigido episódios de Weeds, CSI, Shark ou Huff. É da segunda fase que eu sinto mais saudades. Provavelmente porque sempre tive um fraquinho por aqueles dramas pessoais bem sóbrios e reconfortantes, a "fase ninetees" da realizadora norte-americana foi a que me deixou mais saudades. Em especial este Three Wishes (Três Desejos, 1995) que nos apresenta a história de Jane Holman (a saudosa e desaparecida Mary Elizabeth Mastrantonio) e do filho Guinny (Joseph Mazzello, outro desaparecido) vivendo uma vida pacata mas difícil - o patriarca da família encontra-se desaparecido na guerra) numa cidadezinha dos EUA. Um dia, num acto de pura bondade, Jane socorre Jack, um vagabundo (Patrick Swayze) e o acolhe em casa. À medida que o tempo vai passando e a bondade de Jack vai cativando mãe e filho, Jane decide "adoptar" Jack, que afinal pode não ser apenas mais um vagabundo de beira de estrada.


Contar mais sobre este pequeno filme seria criminoso, pois a grande vantagem do cinema de Martha Coolidge sempre consistiu na desenvoltura com que executou este tipo de histórias. Three Wishes é, em última análise, uma parábola sobre a bondade humana. É aquilo que Favores em Cadeia (Pay It Forward, Mimi Leder, 2000) gostaria de ter sido e foi-o até certo ponto, antes de começar a choradeira desenfreada. Onde este filme era lamechas, Three Wishes consegui ser subtil além de arrancar mais uma bela interpretação ao subestimado Patrick Swayze. Mastrantonio e Mazzello também aqui estão em topo de forma e fazem um todo muito coerente e absorvente.


O fracasso comercial e crítico do filme só vem provar que pequenas e simples fábulas como esta já não têm lugar no cada vez mais imediato cinema norte-americano. O filme não é perfeito, eu sei. Mas eu cá gosto! E recomendo a quem quiser descobrir.

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