United não será exatamente um filme esquecido. É, sobretudo, um filme que será encontrado por aqueles a quem primeiramente se destina: os amantes de futebol em geral e os adeptos do Manchester United em particular. A esses, o filme de James Strong chegará, mais dia menos dia.
No entanto, essa será simultaneamente a sua maior força e fraqueza. Muita gente olhará para este telefilme da BBC como um filme apenas para aqueles que gostam de futebol. E não é assim. Muito longe disso.
Em United presenciamos um dos momentos mais dramáticos (e trágicos) da história do futebol, pelos olhos de uma figura incontornável desse mundo, Sir Bobby Charlton, lenda inglesa do desporto rei: o acidente de avião que vitimou, em 1958, grande parte dos "Busby Babes", uma geração de prometedores futebolistas dos Red Devils.
O filme demora um pouco a arrancar e, até certo ponto, parece não querer sair do registo reverencial a que se propõe. Apenas mais tarde percebemos que não é suposto sair-se desse registo porque, apesar de toda a fiel reconstituição de época, das belíssimas simulações de jogos de futebol, do texto muito bem escrito e das interpretações de excelência, United é um filme sobre a paixão pelo futebol e por um clube que se tornou lenda através de muito sangue, suor e lágrimas (literalmente). É nesse sentido que triunfa em grande, pois acaba por tornar-se universal através de um momento da História em particular.
Para além de tudo, dá-nos a conhecer um grandíssimo ator, David Tennant, o Jimmy Murphy do filme, não estranho para os fãs de Doctor Who, mas que aqui atinge um nível de excelência ao alcance de poucos. Um grande ator num dos melhores "filmes de futebol" que alguma vez vi.
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